Sem mandato, Wilma critica adversários
Edilson Damasceno
Da Redação
O fim do governo Wilma de Faria foi marcado por indiretas, críticas e elevação do tom político. Antes de renunciar ao cargo de governadora, Wilma partiu para o ataque e afirmou que não tinha medo do debate ético. Ela se referiu às investigações feitas no seu governo, de desvio de verba pública, das quais figuram o filho Lauro Maia e o irmão Carlos Faria. A ex-governadora chamou os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino Maia (DEM) para a briga, ao afirmar que eles viviam se jactando de ter poder, mas que não tinham viabilizado benefícios para o Rio Grande do Norte. Com o posicionamento de Wilma, esgotam-se as chances de haver uma reviravolta no posicionamento já público de Garibaldi, que tem reafirmado apoio sistemático à candidatura da senadora democrata ao Governo do Estado. A ex-governadora também criticou Rosalba, a quem não atribui nenhum serviço relevante.
A resposta às palavras de Wilma veio rápido. Ainda na quinta-feira o senador Garibaldi Filho atribuiu a atitude da ex-governadora como "destempero" e "desespero". "Parece que a competição está incomodando a ex-governadora. As pesquisas estão fazendo mal a ela", disse o peemedebista, em entrevista ao portal No Minuto. Depois foi a vez de Rosalba: "Não sabia que a governadora estava perdendo a memória, porque na realidade meu trabalho está aí nos registros do Senado e na TV", afirmou a democrata.
Esse preâmbulo é para afirmar que a disputa eleitoral de 2010 está definida, com partidos alinhados e alianças pré-estabelecidas. O PMDB seguirá dividido entre governo e oposição. Ontem o deputado federal Henrique Eduardo Alves, que também preside o partido no Rio Grande do Norte, afirmou que estará ao lado de Iberê e que a solução para o impasse na legenda não estaria na definição pelo DEM.
"Não há hipótese de migrar para candidatura oposicionista. É a questão nacional que me impele a ter esse comportamento. Eu sou (da base do presidente) Lula em Brasília e aqui no Rio Grande do Norte também. A minha posição é apoiar o governador Iberê Ferreira de Souza (PSB)", afirmou em entrevista ao No Minuto.
A ideia anunciada pelo parlamentar é tentar aliar o PMDB ao PR e ao PV. O deputado federal João Maia e presidente estadual do Partido Republicano disse, em recente entrevista ao JORNAL DE FATO, que uma reunião definiria o quadro. O encontro teria a participação de representantes do PSB, PMDB, PR, PV e PT. Até ontem esse encontro não havia acontecido, segundo a assessora de imprensa do governador Iberê Ferreira de Souza, jornalista Juliana Celli.
Uma aliança na chapa proporcional do PMDB com PR e o PV é o desejo de Henrique Alves. A questão é que o radialista Miguel Weber, marido da prefeita Micarla de Sousa e pré-candidato a Assembleia Legislativa, afirmou recentemente que essa aliança era boa apenas para o PMDB e para o PR.
Fonte: De Fato