O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quarta que propôs ao FMI (Fundo Monetário Internacional) um programa de retomada do crescimento para os países em crise na Europa. Segundo ele, além do ajuste fiscal já sinalizado por esses países, é preciso criar possibilidades de estímulo à expansão das economias, com reformas que visem ao aumento da produtividade.

"Não chega a ser um PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], mas é isso que eles precisam fazer. Só o crescimento gerará a renda necessária para o pagamento das dívidas", afirmou Mantega depois de encontro com o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Em entrevista, o ministro disse ainda que o governo não quer que o Brasil cresça 7% neste ano, mas avalia que uma taxa próxima de 6% é "perfeitamente sustentada" no longo prazo.

De acordo com o Ministério da Fazenda, a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre foi de 2% a 2,5% contra o último trimestre de 2009. No entanto, segundo o ministro, no segundo trimestre do ano, já houve uma desaceleração por conta da retirada dos estímulos fiscais concedidos pelo governo devido à crise.

O diretor-gerente do FMI elogiou a política fiscal brasileira e disse não ver riscos para o futuro. ' O Brasil acertadamente implementou a política fiscal necessária. Não houve estímulo demais nem estímulo zero. A situação é de elevado crescimento, conjuntura almejada por muitos países. A relação dívida/PIB vem caindo e o patamar está baixo. Não vejo tensão do lado fiscal se o governo implementar as políticas previstas', afirmou.

Fonte: Folha